quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
quem nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles, Poesia, Rio de
Janeiro, Agir.

Canção.

Quando você foi embora
Fez-se noite em meu viver
Forte sou, mas não tem jeito
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha
E nem é meu este lugar
Estou só e não resisto
Muito tenho pra falar
Travessia - Milton Nascimento

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ciclo.

Essa constante mudança dos fatos vai acabar me enlouquecendo. Por que eu não consigo me desprender dele um só segundo, um só momento? Tento ocultar algo que é impossível está implícito, todo mundo vê.
Não quero tirá-lo da minha vida agora. Quero aproveitar cada pedaçinho seu, quero fazê-lo feliz e conseqüentemente ser feliz ao seu lado.
Espero ter tomado a decisão certa. Enquanto essa certeza não chega, vou sendo a pessoa mais feliz do mundo mesmo por tempo indeterminado.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Descontentamento.

Cansei desse vai e vem uma hora tudo dá certo já em outras as coisas mudam completamente de figura. Quando eu penso que vou passar por uma fase de tranqüilidade minha vida se enche de turbulentas experiências, verdadeiramente lamentáveis.
Tento reparar, tapar cada buraco que se instala e fere o meu coração, mas não é uma tarefa assim tão fácil, pois, existem uns que ao cicatrizarem deixam marcas que tempo algum é capaz de curar.
A vida me apresentou dois caminhos, (preferia que só estivesse me apresentado um, poupar-me-ia de tanto sofrimento e lamentações). Indagações, queixas, perguntas sobrevoam meus pensamentos como urubus em volta da carniça. Não sei que decisão tomar, tenho medo do arrependimento e das conseqüências.
Sou uma pessoa indecisa e isso é frustrante, pois não consigo tomar decisões. Sempre me curvo diante disso e acabo deixando boas oportunidades passarem devido ao grande medo de tentar e de descobrir se estava certa a respeito da minha escolha.
Tento mudar, mas ainda não cheguei a conseguir, devido a isso, me encontro nesse mar de interrogações onde tudo é desconhecido e a tensão preenche o vazio que ali se encontra.
Anseio por respostas, soluções... Quero ter forças pra continuar nessa longa e intensa jornada, sem jamais esquecer que um dia eu posso ser uma pessoa realmente feliz!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O grande encontro.

Como eu posso explicar o que estou sentindo nesse momento?
A felicidade tomou conta do meu corpo fazendo-me sentir completa. O sorriso não sai do meu rosto nem por um segundo. O que antes era sonho esta se tornando real. Espero não estar me entregando rápido demais a essa avalanche de sentimentos. Só quero poder viver cada pedaçinho dele intensamente sem medo de me arrepender.
Só de pensar em como é prazeroso estar ao seu lado, meu peito se enche de alegria, o ar se torna insuficiente para a minha respiração ofegante, e as borboletas insistem em pairar sobre o meu estômago, fazendo-me sentir calafrios.
Os desejos tomam conta do que ainda resta de mim. Sensações inesperadas, mais desejadas. A cada toque um novo prazer, um novo gostar, um novo querer. Tudo é tão intenso, toma forma, cor, som e sabor. Sinto a sua pulsação acelerar junto ao som de seu coração, me deixando cada vez mais ansiosa a espera do grande...
Mas o livro é fechado e a história interrompida. Os atores fogem de cena, as luzes são apagadas, o palco esvaziado e a platéia anseia pelo grandioso final.
Aquele final onde todos ficam felizes para sempre!
Como saber o que sucede a trama? Será que a moçinha vai ter o que deseja?
Isso serão cenas para os próximos capítulos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Seco.

Estou presa nessa redoma sem saber pra onde correr. As coisas não possuem mais o mesmo sabor, o mesmo frescor, a mesma magia. Tudo virou cinza, o breu tomou conta. Diante de mim só vejo névoa, nada além da fumaça maciça e pesada.
A luz que antes de fazia presente apagou-se, como a chama de uma vela que se dissipa ao leve soprar de uma brisa.
Sinto-me sem ar, dói ao respirar, é como se estivessem jogando-me numa caixa pequena sem saída ou luminosidade. Sinto-me imóvel. Só os meus pensamentos movimentam-se alucinadamente à procura de um refúgio. Qualquer forma de libertação.
Meu corpo se degrada pouco a pouco, tornando-se parte da grande fumaça cinzenta que ali se encontra. Erosão!

A felicidade se encontra nas coisas mais simples da terra.

Às vezes pra você alcançar a sua felicidade é preciso de tão pouco, que acabamos não percebendo o real sentindo dela. Almejamos por grandes sonhos, vivemos em busca de realização profissional, às vezes sem perceber acabamos procurando a felicidade em grandes coisas e deixamos aquilo que julgamos pequeno de lado. Gestos, palavras, sorrisos, boas companhias, nos realizam e fazem bem. Demoramos a aprender o que realmente nos completa e nos faz feliz. O tempo certo? Isso é relativo, afinal, cada cabeça é um mundo. Pode demorar dias, meses, anos, mas um dia vamos aprender viver e entender a tal da felicidade.
Nesses últimos dias conturbados da minha vida, comecei a aderir novos valores, não só em relação a mim, mas em relação às pessoas no geral. Busquei novas formas de me sentir completa até mesmo na solidão. Ando procurando minha auto-realização, minha paz interior, pois, acredito que buscando meu equilíbrio sou capaz de entender o mundo exterior sem sofrer grandes choques com a sociedade, o mundo capitalista, as ilusões, descasos da humanidade, enfim... Passo a enxergar as coisas de uma forma diferente e mais abrangente, podendo assim me sentir com o meio em que vivo e que pretendo ser feliz.